Seguidores

sábado, 10 de março de 2012

Biodiversidade em declínio todos sofrendo ate os animais





Urso devora uma presa: a caça está mais difícil pela redução na área gelada (imagem vencedora do World Press Photo 2005)

EXTINÇÃO

Biodiversidade em declínio

A ação humana provoca o desaparecimento de espécies animais e vegetais no planeta


Embora muitas vezes aja como se fosse a única da Terra, a espécie humana é apenas uma entre 1,75 milhão de espécies de vida. Se você se surpreende com esse número, vai se espantar ainda mais ao perceber que ele não corresponde ao total de espécies existentes no planeta.
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) estima que existam pelo menos 14 milhões de espécies vivas ao redor do globo. Há até especialistas que calculam esse número em 50 milhões - ou ainda mais.
Não dá para saber: todo ano são encontrados milhares de novas espécies. Na maior parte, são insetos, bactérias, fungos e outros organismos muito pequenos, mas também aves, anfíbios e até mamíferos, escondidos em lugares quase inacessíveis. Simplesmente não existem pesquisadores suficientes para descrever tantas formas de vida.
Essa variedade dá uma noção do tamanho da biodiversidade no planeta, conceito estabelecido pela Convenção da Diversidade Biológica da ONU, assinada durante a Eco 92 (ou Rio 92), conferência internacional realizada no Rio de Janeiro, em 1992. Clique e veja as áreas de preservação ambiental no Globo.
Conceito
Para entender o que significa biodiversidade, é preciso considerar dois níveis diferentes:
a) a variabilidade de organismos vivos, assim como seu material genético; e
b) os complexos ecológicos de que fazem parte, englobando suas inter-relações com o ecossistema e com outras espécies.
A biodiversidade é responsável pela evolução e pela manutenção da vida em todos os lugares: no meio dos desertos, nas tundras congeladas, no fundo do mar, no alto das montanhas ou nas fontes de águas sulfurosas. Está aí um conceito estratégico, pois implica equilíbrio e estabilidade de ecossistemas e seu uso e aproveitamento pela humanidade de forma a preservá-los.
Desde que o homem começou a interferir na natureza, a biodiversidade tornou-se a base das atividades agrícolas, pecuárias, pesqueiras e florestais e, mais recentemente, da indústria de biotecnologia. É a fonte de proteínas, remédios, cosméticos, roupas e alimentos, bem como é essencial para a criação de grãos mais produtivos e resistentes a pragas e a outras doenças.
O cupuaçu é nosso
Considerando a importância desse conceito e o que ele implica, a Convenção da Diversidade Biológica, assinada por 156 nações, estabeleceu que os países têm direito soberano sobre a variedade de vida contida em seu território e o dever de conservá-la e de garantir que seu uso seja feito de forma sustentável, isto é, assegurando sua preservação.
A convenção ressalta a necessidade de repartição justa e equitativa dos benefícios derivados do uso dos recursos genéticos entre todos os países e as populações cujo conhecimento foi chave para o uso desses recursos - por exemplo, comunidades acostumadas a utilizar as plantas de sua região desde tempos remotos, como os índios.
O problema da compensação financeira pelo conhecimento obtido a partir da biodiversidade, no entanto, é motivo de controvérsia. Ganhou manchete dos jornais o caso do cupuaçu, que teve um pedido de patente registrado no exterior por uma empresa japonesa, apesar de ser uma planta típica da Amazônia.
A contestação de entidades ambientalistas nos escritórios de patentes internacionais impediu a aprovação do registro, pois as aplicações do produto já eram, desde há muito tempo, de domínio dos índios e das comunidades tradicionais amazônicas e não envolviam nenhum tipo de inovação que justificasse o direito de sua exploração pela companhia japonesa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário